terça-feira, 27 de março de 2012

Dona Regina inicia serviço de Acolhimento com Classificação de Risco

Os pacientes do HMPDR – Hospital e Maternidade Pública Dona Regina – passaram a ser atendidos de acordo com os protocolos do Acolhimento com Classificação de Risco, o ACCR. Por meio deste instrumento a ordem do atendimento no hospital passa a priorizar o agravo à saúde e o grau de sofrimento e não a ordem de chegada. A cerimônia de lançamento do serviço aconteceu na último dia 23, na recepção do hospital.

“O objetivo é garantir que os casos mais graves tenham atendimento prioritário”, é o que explica a Diretora Geral do HMPDR, Alba Lúcia Muniz. Segundo ela, a classificação de risco é um serviço que está sendo implantado em maternidades de todo o país, pois é uma das estratégias do Rede Cegonha, programa do Governo Federal, para a redução da mortalidade materna e neonatal. 

A diretora reforça que essa classificação não é para excluir aqueles que chegam ao hospital com queixas menos graves, isso porque todos aqueles que procurarem o serviço serão atendidos, mas, para que se evite agravamento de quadro de saúde ou até mesmo mortes, o paciente mais grave será atendido à frente daqueles que tenham chegado primeiro que ele.

A priorização no atendimento se dá logo na chegada dos pacientes ao hospital, durante a triagem. A partir das queixas apresentadas, a equipe de acolhimento classifica a ordem de atendimentos por meio de cinco cores: vermelho, laranja, amarela, verde ou azul, identificadas na ficha do paciente. As cores indicam o estado de saúde do paciente e, com isso, quanto tempo ele pode esperar. O vermelho indica emergência e será utilizado para pacientes que necessitarem de atendimento imediato, que correrem risco de morte. 

Os pacientes identificados com a cor laranja são considerados muito urgentes, tendo em vista que apesar de não necessitarem de atendimento imediato, o tempo de espera não poderá ultrapassar 10 minutos, pois nesses casos o estado de saúde pode se agravar a qualquer momento. A cor amarela indica a necessidade de atendimento urgente, no qual o paciente pode esperar até 60 minutos. Os classificados com a cor verde são aqueles que apresentam quadro pouco urgente e precisam receber atendimento médico apenas ambulatorial. Para estes o tempo de espera pode ser de até 120 minutos.

Há ainda a classificação com a cor azul, considerada não urgente, nesses casos o tempo de espera pode ser maior, isso porque pacientes com essa indicação não apresentam nenhuma complexidade. As pacientes que procurarem o Dona Regina e forem classificadas com essa cor não ficarão sem atendimento. Elas receberão o chamado “referenciamento seguro”, ou seja, serão encaminhadas pelo Setor de Serviço Social da maternidade, já com consulta marcada pelo profissional que a atender, à  Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa, responsável pelo atendimento ambulatorial que ela necessita.

O tempo fixado para cada cor e o tipo de encaminhamento dado para cada caso é preconizado pelo Ministério da Saúde e adequado a realidade do Estado pelo Protocolo de ACCR do Dona Regina, elaborado não só pela equipe do hospital, mas por representantes de diferentes unidades de saúde da capital.

Para essa identificação na gravidade dos casos, os servidores que trabalham na "porta de entrada", como é o caso de recepcionistas, agentes de portaria, técnicos de enfermagem e enfermeiros, passaram por uma série de treinamentos ministrados por profissionais do Ministério da Saúde, da Rede HumanizaSus e da Equipe Matricial de Humanização do Dona Regina. “É essencial que os nossos trabalhadores estejam preparados para orientar os usuários sobre a mudança na forma de atendimento”, destacou a coordenadora do Setor de Humanização do HMPDR, Paula Lima. 

Além disso, os usuários já vêm recebendo orientações sobre a classificação, por meio de rodas de conversa realizadas várias vezes ao dia na recepção do hospital, enquanto aguardam atendimento.

A coordenadora explicou ainda que o hospital já está trabalhando há algum tempo para que os protocolos desse atendimento fossem implantados. Ela ressalta que a adesão do Dona Regina ao Plano Nacional de Qualificação das Maternidades, ocorrido em 2009, intensificou esse trabalho e possibilitou uma maior mobilização dos gestores e trabalhadores do hospital.

Além da qualificação profissional, outro fator de suma importância para que o serviço de Acolhimento com Classificação de Risco funcione e traga o resultado esperado é integração da Rede de Saúde. 

Em uma das reuniões realizadas para a produção do protocolo de ACCR, a diretora técnica do HMPDR, Solange Viana, destacou que a unificação das ações permite que cada unidade esteja preparada para dar o atendimento necessário para a paciente e evitar que ela seja deslocada sem necessidade. 

Por isso, as ações do acolhimento foram pactuadas com todos os hospitais públicos da capital (Dona Regina, Hospital Infantil e HGPP), com a Semus – Secretaria Municipal de Saúde de Palmas, Corpo de Bombeiros, Samu, Polícia Militar e Serviço de Regulação da Sesau, a fim de assegurar o atendimento e o encaminhamento responsável e humanizado a todos os usuários que procuram o serviço de saúde. 

Dessa maneira, foi possível estabelecer a referência, contra-referência e transferência entre os três principais hospitais do município, as Unidades de Pronto Atendimento e as Unidades Básicas de Saúde.

Fonte: Lúcia Gomes (Ascom/Sesau)



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