quinta-feira, 15 de março de 2012

Papel do cuidador é fundamental para sucesso da internação domiciliar

O PID – Programa de Internação Domiciliar, iniciativa da Sesau, em parceria com a Pró-Saúde, completou 3 meses de funcionamento na segunda-feira, 12, com 61 pacientes atendidos até o momento. O programa, aprovado por pacientes e familiares tem se mostrado um sucesso, tanto que 26 pacientes já tiveram alta, totalmente curados.

A equipe assistencial do PID cuida de até 20 pacientes, que deixam o hospital e passam a receber os cuidados no conforto do lar. Mas parte do mérito pelo sucesso do programa se deve ao cuidador, pessoa que fica responsável, junto com a equipe multidisciplinar, pelos cuidados aos pacientes que são enviados para casa. Dona Joana Furtado Pinheiro, 86, por exemplo, saiu do hospital e foi para a casa da filha, que é sua cuidadora. “Sinto-me bem melhor fora do hospital, aqui junto da minha família” afirmou.

Dona Joana precisa de cuidados diários, para tratamento de uma úlcera sacral, e controle de diabetes e da pressão alta, e na fisioterapia que tem que realizar diariamente no braço direito, parcialmente paralisado devido a um AVC - acidente vascular cerebral. Apesar dos esforços da equipe do PID, ela ainda estaria internada no hospital não fosse o apoio da filha, Maria Madalena. “Ela cuidou da gente a vida inteira, e agora é o momento de retribuir, né, nós que somos filhos temos mais que apoiar e passar muita energia boa para ela” comentou.

O que chama a atenção no caso de Walter Bispo dos santos, 25 anos, que sofreu um ferimento extenso no tornozelo, foi o exemplo de solidariedade. Sem condições de ficar na residência do irmão, com quem morava antes do acidente, devido à falta de condições de higiene, ele foi acolhido pela vizinha, Deuserenita Agnaldo, e se recupera a cada dia. “O pessoal desse programa é muito esforçado, e eu estou melhorando bastante”, disse ele, que precisa trocar os curativos e receber antibióticos diariamente.

Questionada sobre o motivo que a levou a receber Walter em sua casa, Deuserenita disse que é muito gratificante ajudar quem precisa. “Ele não tinha com quem contar, então estou ajudando, até porque a gente nunca sabe o dia de amanhã, pode ser eu ou alguém da minha família que precise, então fiz a minha parte”, avaliou.

Outro caso que chama a atenção é o de Maria das Mercês Pereira Araújo, 35, que teve uma paralisia cerebral devido ao rompimento de um aneurisma. É a filha, Tainara Oliveira Ramos quem toma conta da mãe. “É muito difícil para eu assumir essa responsabilidade, ainda tenho uma filha pequena, mas ela é minha mãe e pode contar comigo sempre”, garantiu.

Segundo a Coordenadora do PID, Roseli Lopes de Melo Padua, havendo a contrapartida obrigatória da família no acompanhamento aos pacientes, a equipe multiprofissional toma conta de todo o resto. “temos médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo e assistente social e com isso conseguimos atender satisfatoriamente todos os pacientes encaminhados pelo programa”, comentou.

Nesse momento o PID atende 18 pacientes, e está fazendo a seleção de pacientes com o perfil adequado para ocupar as duas vagas liberadas por pacientes que tiveram alta do programa. É o que afirma Roseli Padua “À medida que vão recebendo alta, outros pacientes são encaminhados, sob avaliação médica, ou seja, pessoas com quadro clínico estável, mas que dependem continuamente de cuidados especializados, como idosos, pessoas com AVC´s, doenças crônicas e degenerativas e outras patologias” explicou.

Para o diretor geral do HGPP, Ronaldo Foloni, além da comodidade aos pacientes que deixam o hospital e continuam recebendo tratamento em casa, o PID garante maior giro de leitos no hospital, que passam a ser usados para casos de maior complexidade. “Além de ser positivo para o paciente que vai para casa, o PID acaba agilizando a liberação de leitos, garantindo assim vagas para novos pacientes que precisam ser internados”, disse.


Fonte: Giuliano Germano (Ascom/Pró-Saúde)

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